A ANTIGUIDADE E SUCESSÃO DOS BATISTAS
John Henry
INTRODUÇÃO
O Senhor Jesus Cristo garantiu a continuidade de
Sua igreja para sempre quando disse, “Eis que eu estou convosco todos os dias,
até a consumação dos séculos. Amém.” (Mt 28:20 ACF)
Mesmo sem o testemunho da história, a Palavra de
Deus prova que tem havido uma sucessão de igrejas com o mesmo pensamento desde
o tempo do Senhor Jesus Cristo até agora. No entanto, eu espero usar ambos: a
Bíblia e o testemunho da história para provar este fato.
O COMEÇO DA IGREJA:
O Senhor estabeleceu Sua igreja durante Sua jornada
sobre a terra. É um erro comum afirmar que a igreja começou em Pentecostes,
erro que tem sido ensinado amplamente por mais de 100 anos. No dia de
Pentecostes, o Senhor deu poder à Sua igreja já estabelecida para fazer Seu
trabalho (Atos 1:4-5,8; Luc 24:46-49). A igreja do Novo Testamento é local e
visível. Aqui está a prova das Escrituras que a igreja do Novo Testamento
antecede Pentecostes:
1. Os apóstolos foram os primeiros membros da
igreja de Cristo (1Co 12:28; Luc 6:12-16).
2. Eles foram comissionados antes de Pentecostes
(Mat 9:36-10:8, 28:18-20).
3. As ordenanças do batismo e da ceia do Senhor
foram estabelecidas antes de Pentecostes (João 3:22; Lucas 22:14-20).
4. O Senhor estabeleceu um sistema para a igreja do
Novo Testamento disciplinar os membros, já antes de Pentecostes (Mat 18:15-20).
5. A igreja que o Senhor Jesus iniciou se ajusta à
definição comum da palavra grega (ekklesia) que traduzida é igreja. No grego dos
dias de Cristo, “ekklesia” simplesmente significava “uma assembléia ou reunião
de cidadãos chamados para fora de seus lares e reunidos em lugar público com o
propósito de deliberar.” Significa uma assembléia.
6. A igreja tinha dois pastores antes do dia de
Pentecostes: Cristo e então Pedro. (João 10:11, 14, 21:15-17; Atos 1:15, 2:14;
1Pe 5:1-4).
7. A igreja se reunia regularmente antes de
Pentecostes (João 20:19, 26; Atos 1:4, 13, 14).
8. Cristo deu à Sua assembléia a habilidade de
entender Sua Palavra e autoridade para cumprir Sua vontade na terra, já antes
de Pentecostes (João 16:13-14, 20:21-23; Luc 21:44-47)
9. Eles tinham uma lista de 120 membros antes de
Pentecostes (Atos 1:15).
10. No dia de Pentecostes 3000 almas foram
acrescentadas a ela (a igreja) (Atos 1:41). Portanto, a igreja tinha que já
estar estabelecida para eles serem a ela acrescentados.
CONFUSÃO SOBRE O QUE É A IGREJA:
Mesmo sendo verdade que os crentes desta atual
dispensação, vivos e mortos, estejam sentados “... e nos fez assentar nos
lugares celestiais, em Cristo Jesus;” (Ef 2:6 ACF). Não vamos nos reunir
fisicamente até o Arrebatamento. Uma igreja que ainda não se reuniu ainda não é
uma igreja. É uma igreja em projeto (Efé 1:21-23, 5:23-27; Col 1:18-22). A
futura igreja de Cristo no Céu será constituída de todos os salvos desta Era da
Igreja (Apo 1:19, 4:1). No entanto, não há uma igreja universal (católica)
visível ou invisível nesta terra.
Os Batistas do Novo Testamento Sempre Foram a
Verdadeira Igreja:
Muitos, mesmo os próprios batistas, acreditam que
os batistas são protestantes. No entanto, os batistas antecedem tanto o sistema
católico romano quanto os grupos protestantes.
A “Igreja” Católica Romana foi iniciada pelo
Imperador Constantino quase 300 anos tarde demais para ser [o início de] a
Igreja de Cristo. Este sistema corrupto [o de Roma] ensina regeneração
batismal, idolatria, casa a igreja com o Estado, tem uma hierarquia e persegue
os verdadeiros crentes, etc.
Os grupos protestantes, vendo a corrupção do
romanismo, começaram a se separar em 1530. Isto é 1500 anos tarde demais para
ser [o início de] a Igreja do Senhor. Apesar dessa separação, eles mantiveram
muitos dos traços de sua igreja mãe (Jó 14:4).
Historicamente, as Igrejas do Novo Testamento têm
sempre mantido essas doutrinas (Mat 28:20):
1. Sua Cabeça e Fundador -- Cristo. (Mat 16:18; Efé
1:22, 4:15, 5:23)
2. Sua única Regra de Fé e Prática – A Bíblia (2Tim
3:15-17; Atos 2:41-42; 1Tim 3:15)
3. Seu Nome: “Igreja”, “Igrejas” (Mat 16:18; Apo 2,
3; 22:16; Gál 1:1)
4. Sua forma de Governo - Congregacional. (João
20:23; Mat 18:17, 20:25-27; Atos 1:24-26, 6:3; Apo 2:6)
5. Seus Membros – Só pessoas Salvas e somente
pessoas que por sua própria e livre vontade e concordância estão unidas a essa
Congregação (Efé 2:21; 1Pe 2:5; Atos 2:41; Efé 2:8,9).
6. Suas Ordenanças – Batismo do Crente, seguida
pela Ceia do Senhor (Mat 28:19-20; Atos 2:41-42)
7. Seus Oficiais – Pastores e Diáconos (1Tim
3:1-16; Filip 1:1)
8. Seu Trabalho – Ter salvas as pessoas pela
pregação do evangelho (I Cor 15:1-4); batizando-as e ensinando-as a observar
todas as coisas que Cristo ordenou (Mat 28:16-20)
9. Seu Plano Financeiro – Dízimos e Ofertas. (1Cor 9:14; Mal 3:8-10; Mat 23:23; 1Co 16:1,2; 2Co
8:14)
10. Sua Independência – Separação entre Igrejas e
Estado (Mt 22:21)”
(Dennis Wheeler Pastor Emérito, Igreja do Templo
Batista de Sarasota, Florida)
HISTÓRIA SECULAR SOBRE A ANTIGUIDADE DOS BATISTAS:
“Os batistas da [época da] Reforma afirmavam ter
uma origem tão antiga a ponto de sugerir uma “[inquebrantada] sucessão de
igrejas [de características batistas]” [desde Cristo]. Esta afirmativa foi
colocada por eles no início da Reforma em 1521. Uma antiga carta é encontrada
em existência. “Successio Ana-Baptistica.” [Tradução: “Sobre a [inquebrada]
Sucessão Anabatística”]. A carta carrega sua própria data como “aquela dos
irmãos suíços, escrita um ano antes do Anno 1522, aos anabatistas holandeses, a
respeito da origem deles,”. (Subtibus Bernardi Gauthieri. Coloniae, 1663 e
1612). A carta é particularmente importante, já que mostra que os batistas de
1521 clamavam uma sucessão [inquebrada, desde Cristo].” (John T. Christian).
”Uma prova notável da antiguidade dos batistas da
Morávia é aqui registrada. Johanna Schlecta Costelacius escreveu uma carta da
Bohemia em 10 de outubro de 1519, a Erasmus, afirmando que durante cem anos os
Picards foram profundos crentes e que eles foram re-batizados e eram portanto
anabatistas. Suas palavras foram: “Aqueles que quiserem vir para sua seita
devem todos serem mergulhados em água limpa (in aqua simplici repbaptizari)”
(Pauli Colimesii, Opera Theologica, Critica et Historica No XXX 534, 535,
Hamburg. 1469, citado por John T. Christian).
Católicos e Protestantes testificam o fato de que
os Batistas existiam muito tempo antes da Reforma:
Testemunho Católico Romano:
Em 1524, o cardeal católico romano Hosius, que se
tornou o Presidente do Concilio de Trento (1560), admitiu que os batistas
datavam de antes dos dias do imperador romano Constantino que foi o o primeiro
“Pontífice Máximo “Cristão”. Hosius disse:
“Se os batistas não tivessem sido gravemente
atormentados e mortos a facadas durante os últimos mil e duzentos anos, eles se
apinhariam em número muito maior que todos os Reformadores.” (Hosius, Cartas
Apud Opera, pgs 112, 113, citados em Rastro de Sangue, pg.3, Ashland Av. Igreja
Batista, Lexington, KY, 1933)
Hosius mais tarde afirmou:
"Os anabatistas são uma seita perniciosa do
tipo que parecem ter sido os irmãos waldenses, embora alguns deles [dos waldenses]
mais tarde, como testificam em sua apologia, declarem que não mais serão
batizados, como era seu costume anterior. No entanto, é certo que muitos deles
mantém seu costume e se uniram aos anabatistas.” (Hosius, Obras dos Heréticos
de Nossos Tempos Bk. I. 431. Ed. 1584, citado por John T. Christian).
Numa corte judicial, Hosius seria considerado uma
testemunha hostil para com os batistas. O testemunho de uma testemunha hostil é
do tipo mais convincente.
Zwingli, o primeiro teólogo Protestante Reformado
disse:
“A instituição do Anabatismo não é novidade, mas
por trezentos anos causou grande distúrbio na igreja e adquiriu tal força que a
tentativa em sua época de conflitar com eles parece ter sido fútil durante
certo tempo.” (John T. Christian)
Mosheim, o historiador Luterano afirma:
“…. Acredito que os menonitas não estão de todo
errados, quando se orgulham de descenderem desses waldenses, petrobrusianos e
outros que comumente parecem ter sido testemunhas da verdade antes de Lutero.
Antes da época de Lutero eles estavam ocultos em quase todos os países da
Europa (mais especialmente na Boêmia, Morávia, Suíça e Alemanha), muitas
pessoas, em cujas mentes estavam profundamente enraizados o princípio que os
waldenses, wyclifites e os hussitas mantinham, alguns de forma mais encoberta,
outros mais abertamente, a saber, que o reino que Cristo estabelecerá na terra,
ou a igreja visível, é uma assembléia de pessoas santas e deveria portanto ser
inteiramente livre não apenas de pessoas sem Deus e pecadores, mas de todas as
instituições de plano humano contra a ausência de Deus. Este princípio está na
fundação que foi a fonte de tudo que foi novo e singular na religião dos
menonitas e a maior parte de suas opiniões singulares, como está bem
documentada, foram aprovadas alguns séculos antes do tempo de Lutero, por
aqueles que tinham tais visões da Igreja de Cristo.” (Mosheim, Instituições da
História Eclesiástica, III.200).
A Igreja Reformada da Holanda:
”A afirmativa dos batistas holandeses de terem
origem apostólica se tornou objeto de uma especial investigação no ano 1819,
pelo Dr. Ypeij, Professor de Teologia em Gronien e o Rev J.J.Dermout, Capelão
do Rei da Holanda, ambos membros ilustres da Igreja Reformada. Muitas páginas
podem ser preenchidas com os relatórios que ambos fizeram ao Rei. Na opinião
desses escritores:
”Os menonitas são descendentes dos waldenses,
evangélicos toleravelmente puros que foram levados por perseguição a vários
países e que, durante a última parte do século doze, foram para Flandres e para
as províncias da Holanda e Nova Zelândia, onde viveram vidas simples e
exemplares, nas vilas como fazendeiros, nas cidades no comércio, livres de
qualquer acusação de pesadas imoralidades, e professando os princípios mais
puros e simples, que exemplificavam numa santa conversa. Eles existiam,
portanto, antes da Igreja Reformada da Holanda.
”Vimos agora que os batistas (que antes eram
chamados anabatistas e nos últimos tempos, menonitas), eram os waldenses
originais, e que, durante longo tempo da história da igreja, receberam a honra
dessa origem. A esse respeito, os batistas podem ser considerados como a única
sociedade cristã que permaneceu desde os dias dos apóstolos e, como uma
sociedade cristã que preservou puras as doutrinas dos Evangelhos através de
todos os tempos. A economia interna e externa perfeitamente correta da
denominação batista tende a confirmar a verdade disputada pela Igreja Romana,
que a Reforma gerada no século dezesseis foi necessária no mais alto grau, e,
ao mesmo tempo, refuta a errônea noção dos católicos que sua denominação seja a
mais antiga.” (Ypeij em Dermout, Geschiedenis der Nederlandsche Hervornude
Kerk. Breda, 1819)
Este testemunho da mais alta autoridade da Igreja
Reformada Holandesa, através de uma Comissão indicada pelo Rei da Holanda, é um
exemplo raro de liberalidade e justiça a outra denominação. Ele concede tudo
que os batistas reivindicaram a respeito da continuidade de sua história. Por
causa disso, o patrocínio do Estado foi oferecido aos batistas, o que eles.
polidamente mas firmemente, recusaram. (John T. Christian).
CONCLUSÃO:
“Nos locais onde os waldenses floresceram, ali os
batistas assentaram profundas raízes. Esta afirmativa se mantém válida de país
a país e de cidade a cidade. Inumeráveis exemplos podem ser dados.” (John T.
Christian).
Tem havido uma sucessão de igrejas, desde o tempo
de Cristo até aos dias de hoje, as quais têm acreditado nas doutrinas que Ele
ordenou. Da mesma forma que cada crente pode se reproduzir através do ganho de
almas, assim deveriam as igrejas se reproduzir.
Há duas coisas essenciais em relação à sucessão de
igrejas:
1) A doutrina mantida do Novo Testamento e
2) A autoridade provinda de uma igreja semelhante.
A autoridade para estabelecer uma nova igreja às
vezes pode ser sido de somente um punhado de membros ou, em casos extremos,
talvez só de um membro. No entanto, quando possível, uma nova igreja deveria
ter a bênção da igreja mãe.
“A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em
todas as gerações, para todo o sempre. Amém.” (Ef 3:21 ACF)
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